Incrível a visão da Avenida Atlântica com árvores no meio e nos lados dela. Senti-me feliz em perceber tanta vida pulsando nas ciclovias e na Prainha. Feliz por ver que as pessoas estão aproveitando a cidade. Amo isso. Estudar sobre urbanismo e ser adepta da proposta do Jan Ghel, arquiteto dinamarquês (que transformou não só Copenhagen, mas centenas de outras cidade no mundo), é o que me impulsiona a amar essa cidade. E adorar o que o prefeito tem feito com ela: só o Plano Diretor aprovado ano passado, é o que há de mais moderno para uma cidade grande como a nossa, não é à toa ter ele sido considerado visionário pelo NYC e pela prefeita de Paris. Me sinto grata por ver minha cidade se modificando para melhor, mesmo com todas as dificuldades que uma parte da população impõe. Adoro essa ideia de “Cidade para pessoas” e sou grata por ter muita gente trabalhando pra isso! 

4 respostas para “3/365 Cidade para pessoas ”.

  1. lendo av. atlântica, pressuponho sua cidade ser rio. bueno… a ciclovia na orla é uma via de lazer, e não de transporte. e as pessoas: i) não sabem como compartilhar a via; ii) não têm o menor respeito por ninguém – na verdade, elas não têm noção alguma de nada, sinceramente falando.

    eu gosto da idéia de uma cidade pensada para pessoas – é muito bacana ver uma “rynek” (praça central nas cidades polonesas) fechadas para carros, repletas de pessoas e que tais -, mas a verdade é que enquanto não se muda o pensamento individual para que esse seja em prol do coletivo, viveremos a crônica de uma morte anunciada, como descrita em “apocalipse motorizado”. :/

    1. Olá, tudo bem?
      Existe Av. Atlântica em São Paulo também e fica à beira de uma represa, agora cheia, graças à São Pedro, não às ações (ou falta delas) do governador. O que mais me encanta nessa visão de “Cidade para pessoas” é justamente o fato de não existir divisões entre lazer e transporte. As vias devem ser compartilhadas com ou sem ciclovias (aliás, nunca vi nenhuma divisão assim nem na Alemanha, na Holanda, na França nem em muitos outros países) e, mais que isso, sem esperar que primeiro “as pessoas se conscientizem” pra depois ter ação. Em se tratando de uma parte da população paulistana, esperar por algo assim, seria uma espera eterna. Não é à toa que a “Semana de Arte Moderna” foi feita aqui (e não no RJ, MG, PE ou BA), pois chocar uma sociedade quatrocentona tradicional era o ideal estético desses artistas. Prefiro acreditar que o “Grande congestionamento” descrito por Ignácio de Loyola Brandão cumpra o seu papel de distopia (de alerta!) e que Santiago Nasar, personagem de Gabriel García Márquez possa mudar seu destino, que todos sabiam muito bem qual era (mesmo ele!) em “Crónica de una muerte anunciada”. De verdade, espero que as pulsões de vida sejam cada vez mais presentes e, por contaminação, cada cidadão perceba, a seu tempo, a noção de vida coletiva.
      Obrigada!

      1. não sabia dessa avenia homônima aí. bom saber. a ciclovia a qual me referi é uma tragédia. é preferível ir na pista a ter de psssar raiva com as pessoas que nela estão. havia até pouco tempo uma ciclovia – notoriamente de transporte – ao longo da ayrton senna (rota obrigatória para quem sai da barra e dirige à z. oeste ou z. norte), mas que foi “extinta” para dar lugar ao “trenzinho” do prefeito. agora os ex-usuários têm de se contentar com o asfalto, disputando um micro-espaço entre ônibus, carros, motos…

        entre 2009 e 2010 boa parte dos meus deslocamentos para o trabalho foi em cima de uma bicicleta. 50 minutos diários divididos em duas jornadas quase iguais. aí o ser engaiolado reclama que eu estou atrapalhando a via, quando na verdade ele é beneficiário indireto de minha escolha: um carro a menos (e por que não dizer uma bike a mais?). ou ainda um outro que vira e berra “vai pra ciclovia!” – mal sabe esse incauto do meu igual direito de usar a via (como se pagar ipva lhe rendesse qualquer autoridade sobre a pista, quando na verdade o tributo seria o custo de manutenção dela em virtude do estrago que veículos causam à pavimentação bem como a poluição por eles emitida).

        acompanho de longe a situação das ciclovias em gotham city (meu apelido carinhoso para sp), e ainda que concorde que alguma coisa preciava ser feita o quanto antes, tenho cá minhas dúvidas se a a maneira empregada foi a melhor – o velho dilema da forma vs conteúdo. as reclamações dos engaiolados não necessariamente procedem, porque são quase todas umbiguistas, mas o questionamento fica: há ciclofaixas em lugares sem fluxo aparente de bicicletas. terá sido esse dinheiro bem aplicado? ou terá sido essa mais uma obra para inglês ver?

        em tempo: na cidade polonesa que visitei, a calçada era compartilhada entre pedestres e ciclistas, e os dois até viviam bem. alguns ciclistas preferiam seguir pelo asfalto mesmo.

        em oulu, cidade 800 km ao norte de helsinki, a ciclovia era segregada e acompanhava a rodovia. em helsinki… não me recordo bem se era ciclovia ou ciclofaixa, mas mesmo com neve e temperaturas bem baixas havia um ou outro biruta aventureiro em sua mountain bike. frio é psicológico mesmo. heheh

      2. Oi, tudo bem?
        Uma pena a extinção dessa ciclovia tão importante pra sair da BT! O cicloativismo por aqui tem sido bastante intenso e tem ajudado e orientado muito a prefeitura nessa implantação toda, pois faz parte do novo Plano Diretor da cidade, aprovado (com participação popular!) em 2014. Em bairros de classe média-alta, as poucas ciclovias implantadas tem servido como uma pedra no sapato dos moradores e até como uma presença pra incomodar, mas até nesses lugares, já existe o início de um uso efetivo. Em se tratando de SP (achei muito engraçado, apesar de um pouco injusto o SP = Gotham City) isso já é uma evolução. Nas demais regiões, como a Av. Faria Lima, a Av. Paulista, a região central, a região da Vl. Mariana, Pinheiros, nossa, o uso tem sido muito, muito intenso. Eu percebo, alegremente, um mudança nesse sentido, tanto que as vendas de bicicleta, assim como as lojas de manutenção e o comércio tem tido um aumento muito grande. Lógico, uma fórmula dessas, já comprovada em várias cidades europeias há décadas, não poderia dar errada!
        Obrigada pelo comentário!
        Érika

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